Começamos, no último sábado, dia 5, a finalizar a realização de um sonho de mais de 20 anos. A concessão do aeroporto Leite Lopes teve seu autorizo assinado pelo governador do estado de São Paulo, João Dória. Com a concessão para a iniciativa privada virá a ampliação da estrutura física, tecnológica, transporte de cargas e de atendimento a passageiros. Serão R$ 130 milhões de investimentos em 30 anos, sendo R$ 30 milhões nos primeiros quatro anos de concessão. E em muito pouco tempo teremos a transformação, de fato, em aeroporto internacional, com voos de passageiros e cargas para países da América do Sul, Caribe e Panamá.

Os investimentos no aeroporto irão contemplar a ampliação do terminal de passageiros, que terá sua capacidade ampliada de 500 para 785 passageiros por hora durante o horário de pico. O projeto prevê ainda a expansão de 2 mil metros quadrados em sua área útil. Nas obras previstas também estão a recuperação da pista de pouso e decolagem (recapeamento, pintura e iluminação), estacionamento para veículos e medidas contra o ruído aeronáutico. Os investimentos significam obras que se traduzem em empregos para a população. Empregos que permanecerão e serão ampliados com a nova estrutura do aeroporto e os investimentos por ele provocados.

O que vivemos neste momento é um marco na estrutura logística de Ribeirão e de toda a macrorregião, seremos um importante polo aeroportuário, com reflexos claros no desenvolvimento de outros negócios, com a atração de mais investimentos em novas empresas dos mais variados setores, uma vez que a logística, fator decisivo na hora de se planejar o crescimento, será amplamente melhorada e modernizada. Não é sem motivo que tantos lutaram por tanto tempo para ver o Leite Lopes ampliado e modernizado, para deixar de atender apenas voos nacionais.

É também por isso, para ver este sonho de um aeroporto à altura de nossa importante região, que estamos realizando em Ribeirão Preto, investimentos vultosos em mobilidade urbana, com destaque para o entorno do Leite Lopes, já pensando na sua internacionalização e no aumento do fluxo de passageiros, principalmente em toda infraestrutura da avenida Thomaz Alberto Whately, entrada do aeroporto, uma obra que faz parte do corredor de ônibus Norte-Sul. Os viadutos da avenida Brasil com as avenidas Thomaz Alberto Whately e Mogiana são outras significativas intervenções viárias naquela região para garantir mais acessibilidade, segurança no trânsito e qualidade de vida à população.

As obras de mobilidade se estendem por todas as regiões da cidade, já se antecipando ao desenvolvimento que teremos com a nova estrutura aeroportuária de Ribeirão Preto. Se temos uma região de forte crescimento econômico, esse desenvolvimento será acelerado a partir deste novo marco de nossa cidade. Estou convicto que vamos alavancar cada vez mais a nossa economia. Tanto que já estudamos a implantação de um polo aeroportuário também com parte da área do Parque Permanente de Exposições para ser um porto seco de atividades aduaneiras, em sintonia com as demandas que surgirão em decorrência das novas atividades.

Para completar esse pacote de excelentes notícias, o aeroporto Leite Lopes será o segundo da América Latina a ter o programa de compensação de carbono. Todas as emissões de carbono provenientes das operações realizadas pela Air BP em aeronaves que serão abastecidas em Ribeirão Preto serão inseridas na plataforma mundial de sua matriz e compensadas por créditos de carbono gerados a partir de projetos apoiados pela Air BP. Assim, teremos investimentos, novos empregos e oportunidades sem deixar de lado a tão importante sustentabilidade.

 

FONTE: JORNAL TRIBUNA

Ribeirão Preto tem o privilégio de possuir uma das melhores fontes de abastecimento de água do país. O aquífero Guarani é responsável hoje pelo fornecimento de toda a água consumida na cidade. De excelente qualidade, é pura e praticamente não requer tratamento, bastando apenas a adição de cloro e flúor e o acompanhamento diário de sua potabilidade. A cidade tem hoje 120 poços tubulares profundos que retiram do subsolo aproximadamente 14,84 mil metros cúbicos (14,84 milhões de litros) de água por hora. Quem olha de fora não imagina a possibilidade de qualquer risco de desabastecimento, afinal a cidade está bem abastecida, com pequenas intermitências localizadas.

Quem acompanha o abastecimento de água, no entanto, sabe que há riscos de os poços deixarem de produzir, pois o aquífero Guarani apresenta rebaixamento de seu nível. Não se tem a expectativa de um fim próximo e nem generalizado. Pode ser que a redução da água demore décadas. Um estudo aprofundado sobre as condições do aquífero está sendo preparado, para que possamos conhecer a realidade deste esplêndido manancial de água pura. Ao mesmo tempo em que preparamos o estudo, também analisamos a possibilidade de dotar a cidade de uma fonte alternativa de abastecimento.

No “Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água”, a Agência Nacional de Águas (ANA) aponta que Ribeirão Preto e outras 73 sedes municipais necessitam de novos mananciais, considerando a insuficiência de disponibilidade hídrica superficial ou subterrânea para o atendimento da demanda no longo prazo. Em função deste alerta, e por entendermos que é preciso ter alternativas de abastecimento, estamos estudando a possibilidade de utilização de água do rio Pardo para distribuição na cidade. O Ministério do Desenvolvimento Regional oferecerá parte  recursos para custear o minucioso projeto de infraestrutura e estudos ambientais para aproveitamento daquela fonte.

Assunto tratado de forma irresponsável por alguns candidatos populistas na campanha eleitoral de 2016, o projeto Rio Pardo é sério e necessário para atender as futuras gerações. Além disso, não é este o único projeto desenvolvido pela preservação do aquífero Guarani. Desde 2018 o então Daerp – hoje Secretaria de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Saerp) – iniciou o amplo Programa de Gestão, Controle e Redução de Perdas, que tem como meta reduzir em 50% as perdas totais de água na cidade. O programa, que tem financiamento do governo federal, com investimentos de mais de 150 milhões de reais, prevê a realização de dezenas de obras, como implantação de adutoras, construção de reservatórios e perfuração e recuperação de poços.

A elaboração dos estudos e produção do projeto executivo do Pardo exigirão investimentos de R$ 3.118.368,93, dos quais R$ 2.962.450,48 serão financiados pelo Ministério do Desenvolvimento, e os R$ 155.918,45 restantes de contrapartida da prefeitura. O levantamento incluirá toda a cidade e oferecerá informações para futuras redes de distribuição de água, construção de reservatórios, estações de tratamento etc. Há uma previsão inicial de captação de 1 metro cúbico de água (mil litros) por segundo, que será tratada por uma ETA – estação de tratamento de água. Mas esta quantidade pode ser alterada. Se mantida, a captação será de 3,6 milhões de litros de água por hora, o que equivale a 14,4 poços que produzem 250 mil litros por hora.

Estamos trabalhando pela preservação do aquífero Guarani sem abrir mão da segurança e qualidade do abastecimento no futuro, como deve agir uma gestão responsável e que se preocupa com a cidade e o seu contínuo desenvolvimento e crescimento da população, das estruturas urbanas e do consequente aumento de demandas.

 

FONTE: JORNAL TRIBUNA

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